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Ah ok

O sítio onde me beijas -aqui, no ombro esquerdo ainda não dói beija-me outra vez

sábado, setembro 08, 2007

Sonho nº 765

Perto da porta vidrada de um centro comercial, conseguia ver a claridade lá fora. As árvores movendo-se com o vento. Pareciam tão apetecíveis agora, depois de uma hora a ver montras de lojas com amigos. Nunca fui grande fã de cá dentro, apetecia-me sempre ir lá para fora. E sentado num banco, a ver o lá fora, as pessoas a passarem, apetecia-me mesmo. Não sabia onde os meus amigos estavam
(dentro de lojas, espalhados pelo centro comercial)
Mas esperava. E observava as pessoas lá fora e observei-te a ti, com uma pessoa que um dia conhecia
(não a conheci contigo)
E tu observaste-me e ficaste feliz. Eu fiquei espantado. Não tinhas estado particularmente feliz das ultimas vezes que me tinhas vestido. Não triste, apenas não feliz.
-Tu aqui!
Ou algo do género, uma exclamação e um sorriso. Levantei-me, passei a porta e tu vieste falar comigo, mas perto muito perto
-Tive tantas saudades tuas, queria falar contigo mas tenho estado fora.
Disseste-o e perto tão perto. Os nossos lábios roçaram mas só o superior
(ou o inferior, não me lembro bem)
E depois ficaram lá, juntos. Quase como um beijo mas casual. Eu deixei-me estar. Mas não sabia o que me espantava mais, o roçar dos lábios ou a tua felicidade. Acho que foi o que disseste depois
-Vais-te embora não é? Viajar? Vem jantar comigo hoje para falarmos.
Isso espantou-me e fez-me tão feliz. Não percebia o teu súbito entusiasmo com a minha pessoa. Mas não me preocupei.

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quarta-feira, março 28, 2007

Sonhos

Nos meus sonhos, os dias passam tão estranhamente. Acho que é a minha noção de horas: incertas. Como podemos garantir que o tempo é sempre o mesmo, que o tempo é estanque. Que os relógios são fiáveis. Chegam para chegar a horas a sítios, mas mais nada. Não chegam para os meus sonhos. Não: nesses os relógios não importam. Sobretudo no de ontem. Nunca tinha visto um anoitecer tão lento. Aquela altura em que não é ainda preciso ligar as luzes, mas já se nota uma diferença no claridade do céu. Essa é a minha parte favorita do dia. Não o por do sol, porque o sol põe-se muito longe de mim. Mas o céu fica azul e rosa e um pouco amarelo se soubermos procurar. Era assim que estava no meu sonho, porque é assim que o quero. Nem mais brilhante, nem mais colorido. Assim mesmo.A minha parede era uma parede, e estava lá, mas depois deixou de estar. Ou estava, mas era como se não estivesse. Como se se tivesse tornado um bolha enorme, plana. Que deixa que o meu pequeno aquecedor realmente aqueça e que deixa ver o céu.Estavas ao meu lado também. Acho que eras tu. Não sei bem. Mas parecias-me tão pouco estranha quanto a parede de bolha. Agora pareces muito mais. Sorrias, roçavas o pé esquerdo na perna direita e dizias-Esta é a minha altura favorita do dia.Portanto talvez fosses eu. Talvez não fosses tu. Mas eu não me importei, amava-te na mesma. E roçavas o pé na perna tão bem - eu nunca roçaria o pé na perna tão bem. E ás vezes eu via a parte rosa do céu a reluzir no teu cabelo. Levemente e raramente. De certos ângulos especificos e eu procurava-os. Inclinava-me para trás e para a frente, na minha busca. Quando encontrava, acabava por me desviar. Tu perguntavas
-O que tens.
Eu respondia, honestamente.
-Consigo ver o céu rosado no teu cabelo, às vezes.
-Sabes que consegues ver o céu rosado no céu, sempre.
-Assim tem mais piada.
E tu desviaste o olhar de mim, mudaste-o para a paisagem. Comprimiste os lábios.
-Acabou o céu.
E era verdade. Olhei e o céu tinha acabado.

sábado, março 03, 2007

É engraçado saber que certas pessoas nunca mudam

''C*nts may be running the world but a cock will be controlling the South Bank for one week in June. Jarvis Branson Cocker is honoured, proud and excited to announce that he will be curating this year's Meltdown Festival. Your cultural life is in my hands. I can't wait.”

Jarvis Cocker, antigo vocalista dos Pulp

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Happy Valentine's day

Eu existo imbutido na cama
Com as noções que me trazes a correr-me a cabeça
Lentamente perturbando-me, inquietando-me
Entrando nas remeniscências de outros tempos

Não me deixas dormir ou talvez sonhe contigo
Mas Sonho uma insónia persistente
Pensante nas memórias, nos teus traços gerais
Ou mais até nas especificidades, nas tuas cores.
nas tuas sombras

Consciente no meu estado onirico, penso
Em afastar-te, mais ainda do que já estás
Não consigo porém, pois existo contigo, em nós
Ou mais até nas especificidades, nas tuas cores.
nas tuas sombras

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Eu sou parecido com o tipo dos bright eyes

terça-feira, janeiro 16, 2007

Mrs Robinson, Jesus ama-te mais do que imaginas

Vi o de Graduate a achar que era um Lolita ao contrário, o que se pensarmos bem, tem uma certa lógica. Mas não depois de o ver. Depois de o ver percebo que não têm nada a ver. Se bem que ambos me abanaram todo
(mais o Lolita, mais o do Kubrick)
E eu pensei muito sobre o de Graduate. Conhecia-o muito antes de o ver, sobretudo através das encantadoras músicas dos Simon and Garfunkel.
(Os quais me deram uma certa impressão que a Mrs Robinson era adorável. No fundo, se Jesus a ama tanto, devia ser.)
e o meu pai tinha visto e eu imaginei que o filme devia ter mais ao menos o ritmo da música. Aquele tam tam tam tam com os pratos da bateria. Um Simon and Garfunkel a tocar durante hora e meia.
Bem, é verdade que foram uns Simon and Garfunkel a tocar durante hora e meia.
(desde sound of silence e bridge over trouble water até ao only living boy in New york, que entra também no Garden State. Na parte em que gritam todos, acho eu. E claro, o Mrs Robinson)
Mas fora do ritmo. Nada de errado nisso, muita música boa é desencontrada. Mas não previ aquilo.
Aquilo era um Jim Jarshmuch com um pouco do Surrealismo do David Lynch. Acho eu. Digo eu. Não sei assim tanto, portanto, mais simplesmente: era seco. Mesmo seco. Se não fosse a qualidade das cores diria que era um seco actual. Se não fosse também o primeiro filme do Dustin Hoffman e se a Mrs Robinson ainda vivesse. Vários outros Ses.
Mas bom, ainda não tinha dito. Bom na maneira com Dustin Hoffman parecia encontrar a voz perfeita
(não a dele, julgo)
para interpretar aquele rapaz que se procura das maneiras menos ortodoxas. Mais distanciadas do real.
Mas bom, na maneira com Mike Nichols se fica ali e deixa-se e não me chateou. Às vezes chateia, tudo parado. Mike Nichols não chateia.
Mrs Robinson não é sequer quase tão adorável como pensava. Mas é gira, acho que era isso que Jesus via nela. Quer dizer, só pode.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Assim uma coisa mesmo pirosa para intercalar com a porcalhice anterior