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Ah ok

O sítio onde me beijas -aqui, no ombro esquerdo ainda não dói beija-me outra vez

quarta-feira, julho 19, 2006

Manhattan (2006)

O céu azul era como espuma que engolia o topo dos arranha-céus. Os prédios cinzentos
(quase todos cinzentos)
a certa altura azulavam. Azulavam por completo. O sol no entanto fazia com que o desaparecimento de parte dos edificios não fosse melancólico. Com que não fosse de todo melancólico, ou nostálgico.
(ás vezes é muito nostálgico)
era como um filme. Uma Nova yorke como no manhattan mas com cores.
(não com cores exageradas, como nas novelas. Ou como no L.I.E., mas nesse as cores exageradas não são demasiado exageradas)
Não me devia distrair tão facilmente. Mas esta vista não é ignorável. Não é habituável.
(acho que habituável não existe. Devia, é uma palavra gira.)
Não me devia distrair tão facilmente.
-Já acabaste?
-Ainda não comecei.
-Que raio é que estiveste este tempo todo a fazer?
-A ver a cidade
Não me devia distrair tão facilmente.
-Não te devias distrair tão facilmente.
-Pois, eu sei. Vira-te de frente para a câmara.
-Assim?
-ya. Quando eu disser viras-te rapidamente para a direita, ok?
-claro
-agora
Os efeitos nas fotografias sempre me fascinaram. Mesmo depois de perceber que são banais. Mesmo depois de perceber que qualquer miúdo é capaz de o fazer. Acho giro. No fundo não faz mal, eu sou um pintor, não um fotógrafo.