Link

Ah ok

O sítio onde me beijas -aqui, no ombro esquerdo ainda não dói beija-me outra vez

segunda-feira, julho 24, 2006

Manhattan (2006)4

-Forgive-me. I completely forgot about this.

-I’ll forgive you if you tell-me this an one person audition

-It sure looks like it.

-So, who will you pick for the job?

-hum?

-It was a joke. Forget it. My name’s Ana Carolina.

-Tuga?

-Oh meu deus, não! Nunca! Tuga? Portuguesa, mesmo que não goste de fado.

-Claro, é uma expressão infeliz.

-Tuga...

Abri a porta com rotações rápidas da chave na fechadura. Sentia o ar reprovador de Ana carolina a incidir na minha nuca. A palavra

-Tuga

estava no ar. Na composição do oxigénio. Entrámos os dois e eu fechei a porta, com esperança que a palavra ficasse lá fora.

-O meu nome é Pedro.

Ela sorriu ternamente. Nunca tinha visto ninguém ser capaz de sorrir ternamente. Ouvi rumores, acho que já todos ouvimos. Mas nunca tinha realmente visto ninguém ser capaz de sorrir ternamente.

-Quer que me dispa?

-Desculpe?

-Para me pintar. Não estava à procura de uma modelo...

-Sim, sim claro. Estava distraído. Já é um estado permanente.

Ela rapidamente tirou as suas roupas.

-Sente-se na cadeira perto do telão.

Ela era bonita. Não muito, mas ainda assim bonita. Ela tinha outra graça qualquer. Era charmosa e a maneira como olhava fazia um homem derreter. Na verdade, acho que faria qualquer ser vivo derreter-se. Aqueles olhos tão azuis que vemos nas meninas de seis anos e que nunca vemos nas mulheres de 20.

-As meninas bonitas de olhos azuis. Nunca soube o que lhes acontecia. O que acontecia àqueles olhos mesmo azuis. Não como os olhos azuis normais, a atirar para o cinzento. Aqueles que fazem os poetas fazerem metáforas lamechas

(demasiado lamechas às vezes)

comparando o mar aos olhos.

-Isso é um elogio?

-Não sei. Mas os teus olhos são mesmo azuis.

-Obrigado.

E ela olhou-me com um ar intrigado mas agradado. Tipo Julia Roberts no Notting hill, quando o Hugh Grant pergunta se ela quer sumo de laranja.