A utopia do sonho é a utopia da realidade (1)
Eu sou escritor. À sete anos que escrevo uma crónica diária, para um jornal. Ganho o suficiente para sobreviver. O meu apartamento está pago
(pelos meus pais)
e eu vou sobrevivendo.
Três anos já passaram desde a tarde em que o sonho veio cedo demais.
(seis horas e o sol no céu)
Já tinha acabado a crónica daquele dia e o sono veio
(cedo demais)
Enviei-a para o meu chefe e acho que adormeci ali. Aquele momento em que já não estamos acordados
(ainda não dormimos)
é o mais misterioso. Nunca nos lembramos do que pensámos nesse momento. Nunca nos lembramos do que fizemos. Nada é claro. Os sonhos, quando são, rapidamente deixam de ser. Os sonhos rapidamente se apagam da memória. O sonho da tarde em que o sono veio
(cedo demais)
não se esvaiu. Ainda me lembro claramente de tudo. Acho que ocupa agora o lugar pertencente às manhãs de Agosto. Às dez da manhã, no café a ler um "paperback novel". Todas as conversas com o dono do café, eu esqueci-as. Já não sei qual é o clube do senhor. Não sei se ele tinha bigode ou barba completa. Mas lembro-me do sonho:
Um enorme relvado. Conjuntos de ciprestes estavam espalhados, ao acaso. Aglomerados de meia-dúzia de ciprestes. Plantados no relvado
Na verdade não os conseguia ver. Apenas sabia que eles estavam ali. Eu sabia, porque o mundo tem aglomerados de ciprestes. Eu sabia-o. Nos sonhos não temos de ver tudo.
(pelos meus pais)
e eu vou sobrevivendo.
Três anos já passaram desde a tarde em que o sonho veio cedo demais.
(seis horas e o sol no céu)
Já tinha acabado a crónica daquele dia e o sono veio
(cedo demais)
Enviei-a para o meu chefe e acho que adormeci ali. Aquele momento em que já não estamos acordados
(ainda não dormimos)
é o mais misterioso. Nunca nos lembramos do que pensámos nesse momento. Nunca nos lembramos do que fizemos. Nada é claro. Os sonhos, quando são, rapidamente deixam de ser. Os sonhos rapidamente se apagam da memória. O sonho da tarde em que o sono veio
(cedo demais)
não se esvaiu. Ainda me lembro claramente de tudo. Acho que ocupa agora o lugar pertencente às manhãs de Agosto. Às dez da manhã, no café a ler um "paperback novel". Todas as conversas com o dono do café, eu esqueci-as. Já não sei qual é o clube do senhor. Não sei se ele tinha bigode ou barba completa. Mas lembro-me do sonho:
Um enorme relvado. Conjuntos de ciprestes estavam espalhados, ao acaso. Aglomerados de meia-dúzia de ciprestes. Plantados no relvado
Na verdade não os conseguia ver. Apenas sabia que eles estavam ali. Eu sabia, porque o mundo tem aglomerados de ciprestes. Eu sabia-o. Nos sonhos não temos de ver tudo.
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