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Ah ok

O sítio onde me beijas -aqui, no ombro esquerdo ainda não dói beija-me outra vez

segunda-feira, abril 03, 2006

Aquelas notas e eu a seus pés

As palavras não chegam porque as palavras nunca encerram
(nunca encerrarão)
aquele piano que te acompanha sempre. As notas vêm sem voz alguma, sozinhas, com aquele sentimento sereno que tudo vai ficar bem. O piano não tem pianista
(como poderiam os dedos humanos alcançar tais notas)
mas estás lá tu ao lado. É o teu sorriso que o faz tocar. Ou é o piano que te faz sorrir.
(impossível dizer quem começou primeiro, mas ninguém tenta)
Quando sorris o piano toca. São poemas de amor
(todos os poemas de amor)
juntos nas teclas brancas e pretas, apenas por tu sorrires. São aqueles poemas que nunca conseguirias fazer, com palavras que desconheces. Palavras que não sabes o que são, apenas te apetecem.
-amor
Não sujas os olhos por sentimentos menores. Não quebras as sobrancelhas
(enfim, não perdes o apetite)
a menos que seja
-Ele
com todas as pombas, nuvens de algodão e flores.
Eu sentei-me no banco do teu piano e tentei tocar as notas murmuradas
-dó menor
e perdi-me. Os meus dedos são só, dez
(os das mãos)
e as notas douradas não têm pianista. Mas tentei, ajeitei o meu cabelo e puz a gola do casaco direita
(consegui até tirar aquela nódoa invencível)
mas nada. Não sorriste e as pessoas começaram a
-não atrapalhes
Não consigo tocar poemas que te apeteçam. Desculpa.