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Ah ok

O sítio onde me beijas -aqui, no ombro esquerdo ainda não dói beija-me outra vez

domingo, julho 30, 2006

Manhattan (2006)6

Subi-as até encontrar um porta oxidada. Um verde, talvez escuro, talvez claro. Era dificil de notar, devido à luz fraca. Intermitente.
Abri-a com a manga do casaco.
(a maçaneta estava húmida. Só deus sabe com o quê)
e cheguei ao terraço. Repleto de antenas parabólicas
(não parabólicas)
caixas de metal e tubos. Tantos tubos. Sentei-me num deles e fiquei a observar os prédios e os telhados sem telha. As janelas que exibiam contabilistas em computadores, advogados em computadores, designers em computadores
(mas fininhos)
e nenhuma senhora a por a roupa a secar. Nem um senhor de colete de malha a observar as ruas. Era uma das razões pelas quais tinha saudades de Lisboa.
Lembrei-me da Ana Carolina e dos seu corpo nu. As sensações que experimentei tão estranhas por serem minhas. Já tinha desenhado e pintado dezenas de pessoas. Muitas mulheres. Lindas mulheres até. Uma delas cheguei a namorar. Elizabeth. Não são raros os romances entre modelos e pintores. A nudez propicia sempre acontecimentos nus.