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Ah ok

O sítio onde me beijas -aqui, no ombro esquerdo ainda não dói beija-me outra vez

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Febre de sábado á noite (4)

-O estudo foi bom?
-Foi. O teu irmão não sabia lá grande coisa e eu tive de lhe explicar metade da matéria. Tirando isso...
Estavamos no mesmo restaurante da outra vez. A quantidade de velas tinha aumentado em grande escala. Os seus cabelos louros faziam a sua cara tão leve...como se fosse o verão. A sua tristeza tão alegre. Sorria como quem dança. Chorava como quem dança. Os seus olhos que também eram peixes verdes, choravam como quem dança.
-Tudo bem?Meu amor, porque choras?
-Tenho medo...que um dia, deixes de me chamar meu amor. Eu sei que não devia e é pouco racional, mas não o posso impedir. Tenho medo que deixemos de ser nus para ser silêncio. Para ser uma recordação vaga do que somos. Peixes verdes.
-Sabias que és muito bonita. Tenho que te confessar: Choras como quem dança. Tenho que te confessar: Sorris como quem dança. Meu amor...nunca deixaremos de ser nus, pois nós somos nus, e na verdade, nós nunca mudaremos. Prometo-te, que serás sempre o meu amor.
Sorriu epicamente com um sorriso momentâneo, que eu passei a procurar sempre que ela sorria. Fomos para casa e fomos, naquele momento mais que nunca, peixes verdes. Peixes verdes nus na cama. Fizemos amor como se fosse a primeira vez. Aliás, como se fossemos os primeiros. Movimentos ritmados, incessantes. Eu dizia meu amor e beijava-a apaixonadamente. As suas pernas abraçavam a minha cintura. Eu so pensava nela, naquele momento. Toda ela na minha cabeça. Uma vontade inssaciável dela e do seu amor. Por fim tranformá-mo-nos num só, naquele momento do final das nossas vidas. naquele momento do início das nossas vidas. Assim adormecemos.