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Ah ok

O sítio onde me beijas -aqui, no ombro esquerdo ainda não dói beija-me outra vez

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Volcano de Damien Rice

És demasiado novo para perceberes que não devias estar a fazer isso. Eu sei que és. Mas ainda assim tenho que to dizer-Não devias estar a fazer issoainda te magoas e depois dizes que eu tenho a culpa. Ou, pior: que a culpa é dos dois. Não é. É tua. Desculpa, mas é. Tenho que te avisar já: é tua.
Achas que nós somos tudo. Mas não somos. E olha que ainda te magoas.

Não construas o teu mundo à minha volta. Nem à nossa volta que não merecemos. Porque eu beijo-te a boca e as costas e já está. É suficiente de nós para mim. Portanto tem cuidado e deixa-me avisar-te-O que eu sou para ti não é real e tu não precisas.

Tu dás-me aquilo que pensas que eu quero. Mas eu para ti sou inventada. Não sou eu, sou tu. Nunca me dás o que quero. Ainda assim, dás-me muito. Ou tudo até. Eu só queria mesmo uns beijos e algo que me fizesse sangrar. Queria que fosses tu. Pode ser? Podes-me fazer sangrar? Doer para depois dares-me um beijo e passar. É isso que me apetecia. É isso que nós somos. Gente que quer ser aquilo que é. Tu assim estragas tudo. A dizeres que somos mais que isso. A não ligar nada quando digo-O que eu sou para ti não é real e tu não precisas.Mas eu vou dando-te o que posso: aquilo que me vai atravessando. Ou então aquilo que eu vou atravessando. Mas isso não é tudo. Muito pelo contrário. São apenas fases que vou encontrando. Coisas que me vão procurando.Isso é importante. Mas não é tudo. Querido, esquece o tudo. Por favor, esquece-o. E já que estás aí, esquece-me a mim também. Não precisas de mim. Podes fazer o que fazes sosinho.