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O sítio onde me beijas -aqui, no ombro esquerdo ainda não dói beija-me outra vez

terça-feira, fevereiro 14, 2006

O Fim do mundo

Foi nessa tarde de Verão que as folhas começaram a ficar azuis e o céu a ficar vermelho. Apenas notei porque estava deitado na relva e olhei para uma folha de carvalho. A tonalidade era de um verde azulado. Olhei para o céu e as nuvenstinham veios laranja e o sol ainda não se punha. Comentei contigo. Tu, distraida, não ligaste e disseste tudo muda, não penses mais nisso. Tu sempre estiveste distraida.
No dia seguinte o céu estava já completamente vermelho. Não interessava que parte do céu. Junto ao horizonte estava tão vermelho como no topo do céu. Como se tivesse perdido qualidade de imagem.
Disseste que era por ser verão.
As folhas estavam já completamente azuis. Como pedaços de mar, soltos nas árvores. Completamente azuis, sem sombras. Apenas azul. Nada de romantico. Como se tivessem perdido qualidade de imagem.
Disseste que eu estava obcecado.
Estavamos os dois deitados na relva azul. Um senhor tocava um piano de cauda ao pé de nós. O pianista tinha a cara desfocada e tocava canções tristes. Tocava-as só para nós. Apenas nós estávamos naquele jardim. Nós e o pianista de cara desfocada.
Nós, na relva azul. Parecia que boiavamos.
Disseste está um dia lindo.
Lancei-te um olhar desconfiado. Sobrancelhas franzidas. Lancei-te um olhar desconfiado e disse não posso acreditar em ti. Chovia intensamente e tornados destruiam tudo ao nosso redor.
Olhei para a tua face e estava a ficar amarela. Apenas nessa altura percebi o que estava a acontecer. O mundo estava a desaparecer rapidamente. A perder qualidade de imagem e a acabar.
Sentei-me no chão á espera que eu próprio mudasse de cor.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

parece q estou a ler um quadro impressionista/expressionista.
incrivel.

lyra

19/2/06  

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