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Ah ok

O sítio onde me beijas -aqui, no ombro esquerdo ainda não dói beija-me outra vez

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Heartbeats(3)

Voltámos por volta das Seis da tarde. Vimos várias casas. Interessantes até. Vou ficar em casa dela até o pai voltar. Depois logo se vê.
-Queres-me ir ver hoje cantar ao bar?
-Hoje cantas?
-Sim. Tem que se fazer pela vida.
-Gostava muito de te ir ver.
Cantei só uma música. Uma música de um filme.

"Let me sleep
For when I sleep
I dream that you are here
You’re mine
And all my fears are left behind
I float on air
The nightingale sings gentle lullabys
So let me close my eyes

And sleep
Per chance to dream
So I can see the face I long to touch
To kiss
But only dreams can bring me this
So let the moon
Shine softly on the boy I long to see
And maybe when he dreams
He’ll dream of me

I’ll hide beneath the clouds
And whisper to the evening stars
They tell me love is just a dream away
Dream away (echo 3x)
I’ll dream away

So let the moon
Shine softly on the boy I long to see
And maybe when he dreams
He’ll dream of me

Oooohhh
Dream of me"

Olhei para ela durante toda a música. Olhei para ela até toda a gente se ir embora do bar. Apenas ouvia a minha respiração no microfone. Apenas via os seus olhos. Os seus olhos, verdes. Oh, os seus olhos verdes. Como é que eu nunca tinha notado neles. Claro, sabia que eram os seus olhos verdes. Mas não como sei agora. Olhos que eram os meus, quando os olhava. Olhos que poderiam ser de outro qualquer, mas que pareciam tão meus. Espelhos verdes. Propriedade privada de todos os que os olhavam. Saltei o palco num segundo. Ela levantou-se e eu beijei os seus lábios. Como se beijasse os seus olhos. Porque não podia bejar os seus olhos. Não agora. Ela sabia a cacau quente. Cacau quente numa véspera de Natal. A língua dela cacau quente. Isso mesmo, cacau quente.