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Ah ok

O sítio onde me beijas -aqui, no ombro esquerdo ainda não dói beija-me outra vez

quinta-feira, abril 27, 2006

100º post deste blog (viva eu)

Apesar de esta ser uma marca importante para o ah ok, eu não vou falar apenas disso. Não, em vez disso, vou falar de algo mais importante: acabei de ver a primeira série do OC. Para quem conhece:

Marissa: I love you.

Ryan: Thank you.

(later)
Seth: at least you were polite

domingo, abril 23, 2006

A utopia do sonho é a utopia da realidade (2)


Eu apenas via um infinitorelvado. Mentira: estava uma rapariga deitada, com um longo cabelo castanho e uma pele pálida. Uma pele tão pálida. Na minha consciência não poderei comentar a sua beleza. Durante aquele sonho, a beleza não me interessou. Porque eu não tinha nada a que comparar aquela rapariga. Ela era tão diferente de todas as outras. Não se parecia com as raparigas da realidade. Sem perceber como, de repente estavas em pé. Estavas mesmo ao meu lado.
-olá
-olá...desculpa, onde estamos?
ela sorriu. Como que encantada pelo que eu não sabia
-Achas mesmo que isso interessa?
e eu senti que não interessava mesmo.
-não
-eu conheco-te.
-Desculpa, eu não me lembro da tua cara...Conhecemo-nos de onde?
Ela sorriu outra vez, daquela mesma maneira.
-Eu não faço parte da mesma realidade que tu.
-hum?
-Isto é um sonho, e apesar de eu não fazer parte do teu sonho, é por ti que eu vim.
Acordei com os meus vizinhos a pregar qualquer coisa. Eles tinham sempre algo para pregar.
Nunca tinha tido um conho como este, digno de pertencer a alguém.Este sonho, pelo contrário, não me pertencia apenas. Também pertencia à rapariga de pele pálida. Foi só quando estava a comer o pequeno-almoço que eu percebi
-ela era linda.

quinta-feira, abril 20, 2006

A utopia do sonho é a utopia da realidade (1)

Eu sou escritor. À sete anos que escrevo uma crónica diária, para um jornal. Ganho o suficiente para sobreviver. O meu apartamento está pago
(pelos meus pais)
e eu vou sobrevivendo.
Três anos já passaram desde a tarde em que o sonho veio cedo demais.
(seis horas e o sol no céu)
Já tinha acabado a crónica daquele dia e o sono veio
(cedo demais)
Enviei-a para o meu chefe e acho que adormeci ali. Aquele momento em que já não estamos acordados
(ainda não dormimos)
é o mais misterioso. Nunca nos lembramos do que pensámos nesse momento. Nunca nos lembramos do que fizemos. Nada é claro. Os sonhos, quando são, rapidamente deixam de ser. Os sonhos rapidamente se apagam da memória. O sonho da tarde em que o sono veio
(cedo demais)
não se esvaiu. Ainda me lembro claramente de tudo. Acho que ocupa agora o lugar pertencente às manhãs de Agosto. Às dez da manhã, no café a ler um "paperback novel". Todas as conversas com o dono do café, eu esqueci-as. Já não sei qual é o clube do senhor. Não sei se ele tinha bigode ou barba completa. Mas lembro-me do sonho:
Um enorme relvado. Conjuntos de ciprestes estavam espalhados, ao acaso. Aglomerados de meia-dúzia de ciprestes. Plantados no relvado
Na verdade não os conseguia ver. Apenas sabia que eles estavam ali. Eu sabia, porque o mundo tem aglomerados de ciprestes. Eu sabia-o. Nos sonhos não temos de ver tudo.The image “http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/turner/i/sun-setting.jpg” cannot be displayed, because it contains errors.

domingo, abril 16, 2006

Não é perigoso confundir crianças com anjos

-Como te chamas?
-Os anjos não têm nome, senhor.
-És um anjo, meu filho?
-Acho que sim, senhor. Talvez uma criança...Puz essa hipótese de lado por não ter nome.
-Eu chamo-me Ignácio Kagel.
Eu e o rapaz estavamos à espera do autocarro. Não está assinalado a existência de uma paragem. Todos os dias param vários autocarros naquele lugar. As pessoas habituaram-se a isso.
Não sei porquê, mas o rapaz parecia dizer a verdade. Eu achei que ele era mesmo um anjo. Ele parecia mesmo um anjo.
-O que fazes? No dia-a-dia.
-Eu sorrio, Sr. Kagel.
-Sorris?
-Sim. Há quem me pague para sorrir.
-Não vais à escola?
-Não. Eles só aceitam rapazes e raparigas. Eu nem nome tenho.
-Então, apenas sorris?
-Também canto e toco violino em telhados. Hoje em dia já ninguém precisa de de músicos em telhados. Os melancólicos ainda me pedem às vezes. No geral, as pessoas precisam é de anjos a sorrir, Sr. Kagel.
-Podes sorrir para mim?
-O senhor está triste?
-Não, mas talvez o teu sorriso me faça eufórico.
-Escreva-me um poema.
Mas o autocarro chegou. O rapaz não subiu, estava à espera do próximo autocarro. Não o voltei a ver.
20/08/1882
O texto acima ,foi retirado do diário de Ignácio Kagel. Todos os outros textos se resumem a textos normais para um barbeiro com era o Sr. Kagel. Estão descritos algumas zangas com a sua mulher, o divórcio. Alguns relatos das suas relações sexuais com a mulher que limpava a barbearia. O que sentiu quando o seu melhor amigo morreu num acidente de viação. É, portanto, muito provável, que este texto não seja fictício. É, portanto, muito provável, que este seja um relato real do seu encontro com um anjo.

sábado, abril 15, 2006

My name isobel / married to myself

quarta-feira, abril 12, 2006

Vamos lá todos!

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Salvar um continente da pobreza extrema não é trabalho fácil. Bem mais fácil é comentar aqui no blog.

segunda-feira, abril 10, 2006

Ponte

-Não é que eu seja feio: Tenho apenas um ambiente estranho
Disse Mário ao seu cão, quando o levava à rua
(lusco-fusco)
na ponte. Naquela altura do dia não lá estava ninguém
(nada)
e Mário Otnas gostava de lá ir todos os dias
-O lusco-fusco faz o tempo perceber Monet
e foi naquela tarde que começou a perceber, que o rio não é apenas água. O rio é tinta de pinceis diluida. Um verde, um azul. Violeta e laranja. É aquele frasco de salsichas
(O autocolante "Nobre" já saiu, restando apenas as marcas de cola)
ondem se limpam os pinceis. Um barco de madeira com fungos e tinta descascada.
-Não é que eu seja feio: tenho apenas um ambiente estranho
com as mãos atrás das costas e uma calvice crescente
-Actualmente, o meu cabelo já só ocupa as patilhas e nuca.
Mário Otnas não era feio
-Sempre tive facilidade em arranjar namoradas. Pelo menos até à dez anos.
apenas tinha um ambiente estranho. Aos poucos, tornou-se tímido e comecou a falar apenas de material de poesias. A última frase que dirigiu à mulher provocou o divórcio
-Tirando eu, já ninguém se lembra da invasão dos anjos sem asas.
-Mário, essa foi a gota de água.
Nunca mais teve uma relação com uma mulher. Na verdade, deixou te falar com os amigos. Deixou de falar com as pessoas no geral. ele dizia que
-As pessoas não percebem. As pessoas nunca perceberam.
quando se olha ao espelho percebe a diferença entre ele e os outros. Ele é pessoa de vinyl e gira-discos.
-O "Anything Goes" do Cole Porter.
Aquele ambiente de gorro preto e charuto, jazz que lê Keats. Jazz de lusco-fusco na ponte.

sábado, abril 08, 2006

Medo do escuro

sexta-feira, abril 07, 2006

Ele não chora

Ele tinha 20 anos quando, devido a uma doença herditária, deixou de ouvir. Passaram já dez anos e ele ainda não se esqueceu de nada. Ainda se lembra da mãe a
-Não te esquecas do casaco.
quando ainda era criança. Ainda se lembra do Obi-wan velhote a
-A força estará contigo, sempre.
mas já não ouviu o Ewan Mcgregor. Quando agoa lê as legendas, lê-as com a sua própira voz.
(não se esqueceu da sua voz)
Passaram já dez anos e ele ainda não se esqueceu de nada. Agora ele senta-se num banco de jardim e sente o ar roçar nos seus ouvidos. Sente a chuva melhor que ninguém. A relva está encharcada e a chuva molha o ar. A árovre de flores violeta está desfocada. No entanto as flores continuam violeta. Ele não chora
(se chorasse, seria difícil notar)
mas percebe que já não se lembra do som da chuva. Agora, quando a chuva cai, ele ouve Eric Satie
-São as Trois Gymnopédies.
Ele nao chora e sorri

quarta-feira, abril 05, 2006

Ataque dos clones (1)



terça-feira, abril 04, 2006

Oasis mood


Whats the matter with you? Sing me something new...

Aquelas notas e eu a seus pés (versos)

Desdobras o tempo em bilhetes de cinema
cubos de gelo partidos, lascas falsas
Os bilhetes de cinema não são beijos
beijos por dar, as tristes valsas

O jardineiro de utopias odeia plantas
e tu já sabes, a utopia é utopia
Mas os teus lábios não esquecem os bilhetes
beijos por dar, sonhos, fantasia

segunda-feira, abril 03, 2006

Aquelas notas e eu a seus pés

As palavras não chegam porque as palavras nunca encerram
(nunca encerrarão)
aquele piano que te acompanha sempre. As notas vêm sem voz alguma, sozinhas, com aquele sentimento sereno que tudo vai ficar bem. O piano não tem pianista
(como poderiam os dedos humanos alcançar tais notas)
mas estás lá tu ao lado. É o teu sorriso que o faz tocar. Ou é o piano que te faz sorrir.
(impossível dizer quem começou primeiro, mas ninguém tenta)
Quando sorris o piano toca. São poemas de amor
(todos os poemas de amor)
juntos nas teclas brancas e pretas, apenas por tu sorrires. São aqueles poemas que nunca conseguirias fazer, com palavras que desconheces. Palavras que não sabes o que são, apenas te apetecem.
-amor
Não sujas os olhos por sentimentos menores. Não quebras as sobrancelhas
(enfim, não perdes o apetite)
a menos que seja
-Ele
com todas as pombas, nuvens de algodão e flores.
Eu sentei-me no banco do teu piano e tentei tocar as notas murmuradas
-dó menor
e perdi-me. Os meus dedos são só, dez
(os das mãos)
e as notas douradas não têm pianista. Mas tentei, ajeitei o meu cabelo e puz a gola do casaco direita
(consegui até tirar aquela nódoa invencível)
mas nada. Não sorriste e as pessoas começaram a
-não atrapalhes
Não consigo tocar poemas que te apeteçam. Desculpa.